Desde pequeno que estou habituado (se bem que nunca se fica realmente habituado) a ver, nos meios de comunicação social e revistas, fotografias dilacerantes de crianças africanas. Sempre iguais: magras, rodeadas de moscas, autênticos arautos de morte. A ideia com que fiquei de África era a de uma planície seca com bonitas paisagens e gente desesperada, mas algo conformada, à espera de morrer de fome ou de sede.

Relatos de amigos que foram a Moçambique contribuiram para mudar a imagem que tinha baseada nas fotografias. Há realmente um grande número de crianças magras. Há uma infinidade de crianças órfãs, cujos pais morreram em guerras, desastres naturais, de SIDA por outro qualquer motivo. Mas existem obras de caridade, que acolhem estas crianças e que lhes dão uma oportunidade de vida. Que as alimentam, as educam, que lhes dão o carinho e a atenção que o ser humano precisa. E, apesar de todas os problemas e misérias por que passaram, as crianças sorriem quando se lhes faz uma festa ou quando se lhes dá uma prenda. No entanto, estas obras precisam da nossa caridade. Precisam de recursos materiais e humanos, para poderem continuar a recolher e apoiar estas crianças.

Eu acredito que as crianças não têm culpa. Não escolheram nascer onde nasceram nem como nasceram, nem têm culpa das consequências dos erros das gerações anteriores.
Por isso eu acredito na ataca como um projecto que pretende ajudar directa e inditectamente estas crianças, e dar-lhes realmente uma oportunidade de viver. Que pretende sensibilizar o maior número de pessoas para os direitos humanos e para a realidade africana, permitindo a estas pessoas ajudar através de uma grande variedade de formas. E assim, diminuir o número de fotografias com moscas e aumentar o número de fotografias com sorrisos.

Luis Maia

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