Ultimamente tem me acontecido, repetitivamente, ser abordado por polícias nas ruas de Quelimane, os quais me pedem o meu passaporte. Eu, como ando sempre com uma fotocópia, lá a mostro aos senhores agentes, mas a verdade é que eles nem sequer querem ver o documento, desconfio mesmo que na maioria das vezes apenas fingem olhar para o papel. Todo o plano passa por pedir dinheiro, ajuda, seja lá qual for a palavra que queiramos usar. Já estou tão habituado que consigo praticamente adivinhar a conversa que vou ter e a maneira como vai acabar… Olá, bom dia (boa noite), Olá, Posso ver o seu passaporte, pede o polícia, Aqui tem a fotocópia, Vem e vai para onde, quer saber o agente, Venho e vou para casa, Hum… sabe que somos nós que defendemos as ruas por onde pode andar seguro, Sei sim senhor agente, então ai começam os pedidos, Não nos quer pagar nada, comida, refresco, Nada, Só uma moeda pequena então, Adeus então, boa noite, Mas estou mal e… A partir daí deixo de ouvir. A verdade é que conversando com moçambicanos percebi que isto é de conhecimento comum, mas os mesmos me disseram que estes subornos têm a sua importância para as políticas governamentais, ou se aumenta salários à função pública ou se fecha os olhos a esta parcela dos salários.

Mas nem tudo é mau, a verdade é que por mais incómoda que esta situação seja, ainda para mais acontecendo repetidas vezes, serve para demonstrar que os polícias andam mesmo nas ruas, o que quanto mais não seja afugenta os possíveis ladrões. E com isto tenho de falar da segurança que se sente em Quelimane, que é fantástica. Tanto para nós, voluntários da ataca, como para outros voluntários que por cá andam, o sentimento é comum, Quelimane é seguro. Por Quelimane falo do centro da cidade, já que quase nunca andamos nos bairros sozinhos de dia, e nunca de noite. Aí as histórias são outras, mas não sou eu com certeza a melhor pessoa para falar desse problema.

Inhassunge, tão perto mas tão diferente.

Quase todos os voluntários que por aqui passam escrevem sobre Inhassunge, e isto apenas já chega para demonstrar o impacto que este sítio tem em todos nós. Por muitos já terem escrito, vou apenas deixar algumas fotos.

Um forte abraço a todos,

Duarte Guimarães

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