Ainda não chegou a hora de fazermos o balanço da Missão de Verão 07 que a ataca entendeu incluir no seu Plano de Actividades para o ano em curso, contudo, atingido metade do evento, e com a chegada do primeiro grupo de voluntários, não resisto a fazer um primeiro comentário que mais não é que o reconhecimento do trabalho por eles desenvolvido e um incentivo aos que em Moçambique continuarão até finais de Setembro.
Sinceramente, creio que a ataca está no caminho certo para atingir os fins para os quais foi criada, não só pelo trabalho que tem vindo a desenvolver mas, principalmente, porque os jovens que a compõem estão num patamar de desenvolvimento que fará deles sustentáculos firmes de uma nova geração que permitirá encarar o futuro com mais esperança.
Perguntarão o que me motivou a participar, mais uma vez, neste blog abordando agora um tema generalista que parece pouco ter a ver com o fim para que foi criado. Penso ter tudo a ver, depois de ler e reler as mensagens enviadas pelos nossos companheiros que de Moçambique nos vão descrevendo o seu dia a dia e que nos vão permitindo, para além de termos notícias deles, tomar conhecimento com o concretizar dos projectos aos quais temos dedicado longo tempo da nossa actividade, como é o caso do PTáD.
Mas, também, porque este blog tem-me feito reflectir muito para além do que nos conta, porque nos mostra muito daquilo que ninguém vê fisicamente e que se faz á custa do esforço e entrega de uns quantos que em determinado momento da sua vida resolveram partilhar, com outros, o que têm de melhor em si, a solidariedade, a generosidade e o amor.
Este blog tem a infinita vantagem de me permitir dizer o que atrás referi sobre o capital humano que compõe a ataca, porque deixa transparecer com naturalidade a capacidade que os nossos voluntários têm tido para se adaptarem e transcenderem perante as dificuldades que no dia a dia se lhes vão deparando e para as quais não há Formação que aguente, por mais cuidada e programada que ela seja. Veja-se como exemplo a viagem de Maputo para Quelimane vivida pelo Tiago Ribeiro, pela Salete e pela Rita.
Deixem-me acreditar que estamos no bom caminho!
Um abraço para todos
Durana Pinto
Caro Durana,
É com agrado que lhe escrevo estas linhas… Em primeiro lugar para lhe agradecer toda a atenção com que acompanhou o meu trabalho e dos restantes voluntários, enquanto estive por terras moçambicanas. É reconfortante, sobretudo quando se está a tantos quilómetros de distância, sentir que alguém partilha connosco propósitos, objectivos e vivências (mesmo que apenas em pensamento e palavras). Julgo importante a partilha, mas mais ainda o saber ouvir, e consequentemente, perceber o outro. Somente, assim, trabalhos como este que temos desenvolvido fazem sentido. Caso contrário, quem seríamos nós para tentar ajudar no desenvolvimento de Moçambique?! Esse país por quem, quase que inevitavelmente, todos os voluntários caiem apaixonados..! Foi isso que senti, quando quer aos meus textos quer aos de outros deixava um comentário… É nesta linha que todos nós conseguiremos aprender sempre mais e mais, sem, no entanto, esquecer que afinal sabemos ainda muito pouco… Por esta razão faz todo o sentido que pessoas tão diferentes em termos ideológicos, religiosos, geográficos, profissionais e outros, se tenham juntado neste grande projecto de amor e respeito por Moçambique.
Muito obrigada,
Salete Mansos Felício