E com algum melancolismo que escrevo este meu ultimo texto apartir daqui de Quelimane. Se, por um lado, me sinto triste por não poder continuar ao lado destas crianças fantasticas, por outro lado, estou muito feliz por poder regressar ao meu lar com o sentimente pleno de missao cumpridada. Estou extremamente satisfeito por ter alcansado todos os meus objectivos, tanto a nivel pessoal como a nivel de associaçao, e por ter contribuido, por muito pouco que seja, para a felicidade destes miudos. Em comparaçao com as minhas duas missoes anteriores esta foi bastante diferente, estar a residir aqui na Casa Esperança deu me a opurtunidade de estar mais proximo dos miudos e de poder viver mais intensamente os seus problemas e as suas alegrias. Acordar com as suas cançoes, deitar me com o barulho do radio das camaratas e ouvir constantemente alguem bater a porta para pedir ajuda são recordaçoes que levo bem guardadas na minha bagagem e que tornam este minha missao especial. As longas caminhadas em que acompanhei a Raquel, a Rita e o Evaristo na visita aos externos deram me a conhecer uma nova realidade que ainda não tinha tido contacto de modo a poder ter uma opiniao valida e sustentada na hora de discutir e projectar o futuro deste dossier externos. As horas dispendidas enfrente aos quadros de giz aqui da casa tambem me deixam estremamente orgulhoso, gostei de ver a vontade de aprender de alguns e as suas evoluçoes no pouco tempo que ca estive, e sentir que graças aqueles momentos as suas notas poderao ser um pouco melhores no final deste ultimo e decisivo trimestre. Gostaria tambem de deixar aqui uma nota sobre as minhas companheiras de missao, tanto a Raquel como a Rita desempenharam um trabalho fantastico ao longo do tempo que eu aqui estive e merecem, sem duvida, voltar a casa com tudo que de bom esta terra e esta gente tem para dar. Obrigado a elas pela boa desposiçao, pela ajuda e pelos maravihosos petiscos com que me brindaram. As idas diarias ao mercado deram nos a opurtunidade de comer o que este pais tem de melhor, desde os enormes peixes pedra, passando pelas ameijuas e lagostins e sem esquecer o delicioso camarao… enfim… tive a sorte de ter comigo duas artistas na cozinha! Com o volume de trabalho os momentos de lazer e recreio foram poucos, poucos mas bons… a vontade de estar com os miudos e de lhes dar atençao foi maior do que a vontade de passear, mesmo assim, não dispensamos a fantastica ida a praia de Zalala e a relaxante viagem a lagoa azul em Nicoadala. Uma palavra tambem para nos enquanto ataca, que não temos os jipes e o show off de outras organizaçoes aqui no terreno mas que passo a passo estamos a criar o nosso espaço aqui na cidade, tanto atraves do trabalho que desenvolvemos como com a maneira descontraida e simpatica com que lidamos com as pessoas. E um trabalho que merece ter continuidade, pelas crianças aqui da casa, pelas varias familias que tem no nosso auxilio um importante pilar de estabilidade para o seu dia a dia e por todos aqueles que no futuro, e com o nosso natural crecimento, irao benificiar da nossa ajuda. Deixo tambem aqui uma palavra de grande apreço e carinho aos meus pais pelo apoio e amor que me dao, por muitos que sejam os quilometros que nos separem, e um grande obrigado ao pessoal da ataca visto que o trabalho efectuado por uns aqui no terreno mais não e do que o reflexo de um trabalho conjunto efectuado por todos na nossa sede. Assim, despeço-me duma terra pela qual estou cada vez mais apaixonado, com um ate a proxima…
Cumprimentos, Tiago Durana Pinto

One Response to Ate a proxima…
  1. Sei o que estás a sentir neste momento em que a tristeza da partida choca estrondosamente com o desejo de regressares, mas a vida faz-se destes encontros e desencontros de emoções, de alegrias e tristezas mas, acima de tudo, do sentimento do dever cumprido. Moçambique para ti fica sempre com a porta da solidariedade escancarada e tu poderás voltar sempre que queiras.
    Um beijo para a Rita e Raquel e para ti as saudades do costume.

    Durana Pinto, ou melhor, Pai


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