Olá! Como estão? Nós finalmente chegamos a África… A nossa primeira impressão de Moçambique, foi um pouco atribulada, porque Maputo como capital está muito degradada e, assim tudo pareceu muito estranho, o transito é muito complicado de perceber, os carros têm prioridade sobre tudo, até mesmo sobre os peões, que para atravessarem a rua têm de esperar pela melhor oportunidade, correndo na mesma o risco de serem atropelados, visto que, não há passadeiras!

A nossa primeira noite foi simples e curta, só dormimos e por pouco tempo, pois às 5h estávamos à espera do machimbombo, onde iríamos ter a mais longa, mais cansativa e mais inesquecível viagem de sempre, com uma duração de +/– 36 horas e com muito poucas paragens.

Por volta das 8h30, depois de muitas discussões sobre preços, lugares e malas, partimos. Rapidamente a Rita adormeceu, nós ainda sem perceber muito bem o que se tinha passado, estávamos a dirigir-nos para a verdadeira África, onde tudo é diferente do que estamos habituados, é verdadeiramente indescritível!!! A viagem estava a ser muito cansativa, a melhor maneira que encontramos para diminuir o cansaço e de passar o tempo era a dormir, apesar de não termos dormido muito. Por volta da meia-noite paramos perto do Rio Save, onde o motorista desapareceu cerca de 3 horas e meia, conclusão ficamos a tomar conta das malas e a beber umas laurentinas. Conhecemos dois moçambicanos e a conversa foi muito animada. Por volta das 4h da manha partimos ainda sem a certeza se seria nesse dia que iríamos chegar a Quelimane, pois pelo caminho ainda havia a travessia do Rio Zambeze, e a partir das 16:00 horas deixa de funcionar. Felizmente chegamos as 15h00 e vimos uma obra gigante, uma ponte que esta a ser construída por empresas portuguesas. Depois desta etapa a viagem tornou-se, inicialmente menos cansativa, o facto de sabermos que chegávamos nesse dia alegrou-nos, mas com o passar das horas o peso da viagem começava a aumentar e as discussões instalaram-se, uns queriam parar para fazer as necessidades, outros não queriam pois, seria estar a atrasar ainda mais a chegada, por fim paramos para comer, ou melhor para comprar comida, cerca de 10 minutos e toca a andar!

Entramos em Quelimane às 20h00, mas só ás 20h30 é que paramos, isto é, chegamos à cidade, nesse momento começou novamente o stress, já com o Latifo, Evaristo e o Alex esperávamos pelas nossas malas no meio da confusão, entre pessoas, frigoríficos, aparelhagens e todas as outras coisas que se transportaram no topo do machimbombo, lá as encontramos…

Chegamos finalmente à Casa Esperança, onde aguardavam todos os miúdos, ainda acordados por estarem de férias. Estávamos realmente cansados, a nossa única vontade, era comer e dormir.

Nos primeiros dias, nem podíamos ouvir falar em trabalho, era só cama e brincar (conhecer) os miúdos. Até que finalmente começamos, o nosso trabalho aqui é especificamente os externos 2, que inicialmente pode parecer pouco motivador, mas na realidade, para nós, é o trabalho que realmente vale a pena!!! Começamos por visitar as casas dos miúdos que já estavam inseridos no projecto e constatamos que as famílias estão a passar por muitas dificuldades (as machambas este ano não deram quase nada), sem dúvida que a “ataca” faz diferença. Os resultados da ajuda são visíveis e isso reflecte-se nas opiniões das mamãs. Um dos objectivos do nosso trabalho é ver se as mamas aplicaram o dinheiro naquilo que à partida estava estipulado. O Evaristo (nosso colaborador) no projecto externo 2 desempenha um papel fundamental.

Inicia-mos entretanto um trabalho de investigação, para encontrar novas crianças a inserir no projecto, do qual iremos brevemente partilhar convosco a experiência. Aproveitamos para os despedir e agradecer à Rita pela ajuda que nos deu na integração neste nova realidade em que nos encontramos.

Uma Beija a todos

Raul Pinho Vaz

e

Tiago Nogueira Borges

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