Pois hoje começo assim: à minha mãe, sinónimo de família, aos meus amigos (a minha irmã, a minha “tutora”, a minha deputada…todos!) a todos os amigos, voluntários, sócios, tutores no PTàD e direcção da ATACA e aos muitos outros que não menciono – porque começo a parecer estar em Hollywood e afinal estou em Moçambique – MUITO OBRIGADA!

Pois… e obrigada a alguém muito especial que me enche o coração…

Obrigada também aos companheiros de viagem até aqui e aos companheiros de todos os dias cá. São lindos os “meninos da Ataca”, é maravilhosa a Tia Margarida (a portuguesa de Miramar!), é uma fonte de vida a minha Rita.

E então, perguntam vocês aí na pátria lusitana e arredores, que faço eu aqui todos os dias?

Simples: julgo que já vos disse que acordo com as crianças a rir e a cantar mas também a trabalhar antes da escola. E o dia começa cedo aqui: 5:30 e já mexe tudo.

Depois do mata-bicho, começa o nosso trabalho, que vamos dividindo entre os quatro.

Teodora e Evaristo

Há dias de cidade em que se tratam de papéis, muitos dias! Só para exemplo: preciso de um documento da acção social para depois registar algumas crianças órfãs que não têm documentação. Lá já fui quatro vezes…amanhã talvez consiga. E sim, fico com saudades da Loja do Cidadão!

Há outros dias de visitas a externos nos bairros ou de conversas com secretários de bairro para que nos ajudem a identificar as crianças mais carenciadas ou dias de visitas a escolas para recolher as notas dos miúdos (com várias visitas à mesma escola).

Há dias em que as mamãs aparecem na casa para conversar, fotografar e recolher informação das crianças.

Há dias de computador e organização de pastas a enviar e longas estadas na pizzaria onde temos acesso à net.

Há compras a fazer, há tarefas domésticas e há sempre, no meio de tudo isto, os amigos e as crianças com quem vivemos.

Os meus coleguinhas: Raul, Rita e Borges

E há dias de chuva, como hoje, em que os chinelos se colam no chão e a Rita carrega compras na cabeça e não sabemos se o Tiago e o Evaristo ficaram ensopados nos bairros…

E há o fim-de-semana! No sábado trabalha-se sempre: explicações, mamãs que aparecem, faxina, novamente computador…

Ao Domingo há o descanso: bem merecido! Ainda só tive três, por isso é muito simples dizer que num dormi muito e nos outros dois fui à praia.

À porta da igreja

A minha primeira experiência de transportes terrestres moçambicanos (para além da bicicleta…) foi o chapa. Devo dizer que é realmente único: caixa aberta onde cabe tudo e este “tudo” inclui gente onde me incluo eu. Fica-se com dores de “tudo” também e é “tudo” uma confusão, uma gargalhada, um medo, um espanto.

No chapa: Borges e o peixe

Vale a pena pela recompensa: praia de Zalala, grande a perder de vista, e Oceano Índico pela primeira vez. Aquela areia fina que o vento insiste em fazer girar é já o meu chão.

Praia de Zalala

Desta vez viemos só com os pequenitos e com a Teodora e o Evaristo, por isso o dia foi calmo, de banho em água salgada e descanso.

Regressamos tão cansados que o jantar foi o mais rápido de sempre e a cama a melhor que se podia ter.

O meu segundo Domingo de praia fica para depois. Quero falar de um amigo da Ataca, e agora meu amigo também, que é o maior! Para já fica o nosso obrigado ao Gani por tudo o que vos direi depois.

That’s all, folks! Beijos e abraços a todos.

Paula Coelho

3 Responses to Já agradeci a todos os que me ajudaram a chegar, a estar aqui?
  1. Paulinha, ate que enfim que ca chegam noticias tuas. Junta muitas historias para nos contares no teu regresso que todas elas serao bem vindas 🙂

    Um beijinho a saber a PORTO.. com cheirinho a francesinha que foi o jantar 😛

    Cátia e Tiago

  2. Paulita, finalmente te escrevo….fico mesmo mto mto feliz por te "sentir" tão bem, sei q é um sonho q realizas e espero q corresponda às tuas expectativas! Quando chegares a Cátia vai deixar de ser a rainha contadora de histórias … passarás a ser tu ihihihih!!!

    beijos enormes

  3. Grande Paula que vai investir um ano da sua vida nesta terra.Parabens pela ousadia e prontidao que o fazes. Ja tenho saudades, mas sei que passa depressa e brevemente vais contar-nos as tuas aventuras em Quelimane.Parabens pelo teu trabalho e ja agora, dedica-te a escrever as tuas memorias que tens futuro. um beijo grande a tia de Miramar.


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