E assim regresso eu ao maravilhoso mundo da Internet. Só não sei muito bem o que escrever.
Sinto-me bem, obrigadinha, estou
Sim, eu sei que não é suposto falar “só” de mim, tranquilizem-se.
Posso falar-vos da Dina e da Helga: excelente companhia, as gémeas! Tranquilas, bem-humoradas, completamente seduzidas pelos meninos da casa (sim, já!) e aplicadas em tudo o que fazem. Umas damas à maneira que, claro, já partem corações aqui
Recado a alguns companheiros da Ataca: vou pôr estes putos a gritar: “Ó Dina, raspa-me o coco!!!”
Posso também falar da Janine e da Sara, agora
A Sara, minha companheira de sonho este ano, continua tranquila como sempre, mas na sua curta estada em Quelimane já desassossegou algum coração por aí! A ver vamos…
Sei que está a fazer um bom trabalho em Milange mas tenho vontade de a ver cá, comigo. Até já, meninas!
Que mau, estou a cuscar na net! Pois…realmente, se escrevo, tenho que dizer alguma coisa, gente!
E sim, um pedacinho de mim. Há muito tempo deixei de andar de bicicleta, por razões várias que não vou enumerar (e denegrir a minha imagem!). Tenho a anunciar que voltei a gostar. Continuo a ficar louca de stress nas ruas animadas da cidade, quando tenho de ver o que eu faço e o que fazem os outros!Mas quando vou para os bairros, invade-me uma paz que raramente encontrei na vida. Enquanto sigo o Evaristo, sempre à frente e a indicar caminho, consigo finalmente abstrair-me de tudo e ver o que me rodeia: mamãs deitadas nas esteiras a brincar com os filhos, crianças que brincam e cantam, músicas que aparecem de um qualquer sítio, meninas que se penteiam, vento quente e suave nos coqueiros, cheiros a laranjeira e outros que não sei o nome.
Vejo também a pobreza e a falta de condições, a necessidade de ajudar…mas quem já passeou nos bairros compreende este tipo de beleza que descrevo, esta sorte de poder estar aqui e sentir-me assim.
Continuo a ter pouco tempo para o Chuabo, mas apetece-me sentar e ficar a ouvir estas palavras que não sei. Noutras alturas, ficaria em desespero por não entender. Aqui não, nem sei explicar porquê.
Gosto de chegar a casa das mamãs e ter sempre a cadeira para sentar, conversar sobre o menino que parece um anjo mas foge na hora do banho, ter tempo para rir e falar e sentir humanidade.
Ainda assim: acho que ainda estou em ritmo europeu, porque toda a gente me acha muito “fuli de pressa”. Tenho um ano…e esta é a frase que mais ouço!
Mas já não tenho um ano, amigos, quase dois meses passaram desde a minha chegada e tenho sempre a mesma sensação: cheguei há muito e ainda agora cheguei.
Bem, mais uma vez, um pouco de animação e notícias de extrema importância:
– O Maninho perguntou-me: um cego tem uma namorada e é traído. Um mudo vê. Como é que ele diz ao cego? (podem aproveitar para me ajudar, sim?)
– Há burrié aqui! Chama-se todoê e já encomendei à tia Guida porque nunca encontrei no mercado (preço: 5MT o lugar). Se conseguir antes de enviar o meu texto incluo uma foto.
– “Como o macaco gosta de banana”, do senhor José Cid, é o último êxito da Casa Esperança!
– Nunca tentem escamar um peixe pedra se são distraídos. Arma mortífera que já me atingiu várias vezes, esse animal.
– O Verão parece querer não entrar aqui: continua fresquinho à noite e ainda não senti que ia morrer de calor.
– Os abacaxis só ficam mais baratos em Outubro/Novembro. Para já, os grandes continuam a 40 MT.
– Hoje a lua está cheia e apareceu-nos no caminho, enorme, na volta do mercado. De pouco interesse, a informação, mas se tivessem visto…E não, não há foto que a minha máquina pifou. Imaginem a Paula sem máquina fotográfica!
Bem, realmente já chega de palermices!
Beijos a todos e saudades de Portugal em Moçambique!
Paula Coelho
Ola Sara, com que entao ja estas a derreter corações??? Nao sei se ves estes comentarios no blog, mas vai dando noticias.
Jinhux
Carina
1- Pois é. Eu não queria dizer "I told you so" mas vai ter que ser: Eu não te disse que não ias ter outra hipótese senão andare de "bicla"?
2- …eu gosto de ti (viva o José Cid – menos na sua fase psicadélica)
3- Tens de começar a explicar ao pessoal a tua cena com a luas senão ninguém entende. Mas eu imagino, isto é, pergunto, era daquelas tão grandes e tão baixas que parece que se andarmos só mais um pouco podemos tocar?