Quelimane, 26 de Outubro de 2008

Finalmente em Moçambique!!!

Tem corrido tudo tão bem connosco que as cores com que pintamos este país, devido às preocupações com a nossa integridade física, são bem mais coloridas do que aquelas que pensávamos vir a encontrar… Malária!?…Cólera!?… Febre amarela!?… Mosquitos!?…Calor!?… Mas que desperdício de tempo todas as horas em que nos preocupamos com as dificuldades que nós, europeus, supostamente nos debateríamos em África!!! O calor tem estado perfeitamente aceitável, ainda não sentimos os mosquitos e a água da companhia que bebemos, filtrada e com uma gotinha de lixívia, não nos fez absolutamente mal nenhum.

Desde que saímos de Portugal temos tido tanta sorte que todos os momentos se parecem encaixar uns nos outros, como se de um puzzle se tratasse.

Chegámos a Maputo no horário previsto, onde só iríamos ficar por umas horas que eram poucas para conhecer a cidade e muitas para quem está à espera de um avião. Mas, como quem tem amigos tem uma grande fortuna, tivemos a sorte de ter um amigo em Maputo que assim que recebeu o nosso telefonema, parou tudo o que estava a fazer e nos foi buscar para almoçar, tendo-nos ainda presenteado com uma visita guiada, num jeep, pela cidade.

O avião para Quelimane saiu também à hora programada e quando chegámos já tínhamos à nossa espera a Irmã Lídia, o Latifo, a Paula e a Sara. Tivemos desde logo lugar de honra, já que nos foram reservados os melhores lugares no “chapa” da Irmã Lídia, ao seu lado, tendo viajado os restantes elementos do grupo nos lugares exteriores da viatura.

Mal chegámos à Casa Esperança, mostraram-nos todas as divisões do espaço que iremos ocupar durante o mês. A casa estava arrumadinha e a brilhar, pelo que nos pareceu tinha havido “esfrega” profunda para que encontrássemos tudo absolutamente irrepreensível. Vejam só que a Sara e a Paula até nos puseram flores no quarto! Isto de sermos mais velhas tem as suas vantagens, não é verdade? Afinal de contas estavam a receber umas senhoras com algum “estilo” e por isso diligências especiais tinham que ser feitas: um jantarinho maravilhoso de caril de camarão com arroz da machamba aguardava-nos… Não podemos deixar de referir que a Paula se tem revelado uma óptima cozinheira. Fiquem com água na boca: também já nos preparou um peixe assado no forno e uma açorda de coentros e camarão de “chorar por mais”. Quem a conhece deve estar surpreendido, pois afirma não gostar de cozinhar!

No dia seguinte à nossa chegada, cerca das 5 horas da manhã (ups!), sentimos o toque do sol a afagar-nos o rosto e escutamos o som alegre de crianças a cantar no pátio. Não nos levantamos logo, é claro…estremunhadas ainda estávamos a tentar assimilar todos os acontecimentos: Onde estamos? Estaremos a sonhar?

Depois de termos percebido exactamente o que nos tinha acontecido, levantámo-nos de imediato. A Paula e a Sara começaram por nos apresentar as famosas tias Guida e Teodora que nos receberam com um sorriso de orelha a orelha! São mesmo simpáticas!

Claro que também tivemos oportunidade de ver um ou outro menino mais atrevido que timidamente se ia aproximando, curioso, de nós… “qual é o teu nome tia?”

Como o primeiro dia é dedicado ao reconhecimento local, a Paula pensou em levar-nos à cidade. Uma vez que a Irmã Lídia apareceu bem cedo, ofereceu-se para nos transportar até lá. Antes disso, demos uma grande volta por alguns bairros de Quelimane, onde bebemos a nossa primeira água de lenho. Durante este percurso, a Letícia fez companhia à Paula e à Sara na caixa aberta da carrinha sugerindo que a Isménia fosse ao lado da Irmã Lídia, porque, em nenhum momento, descurou a responsabilidade de proteger o corpo “frágil” da irmã, incumbência que lhe tinha sido recomendada, dada a sua maior robustez!!! E lá foi a Isménia a conversar animadamente com a Irmã Lídia que lhe foi contando coisas sobre Quelimane.

Trambolhão para cá, trambolhão para lá, fomos tirando umas fotografias que ora ficavam tremidas, ora de cima para baixo, ora de baixo para cima…afinal tínhamos que nos posicionar para apanhar os melhores ângulos da peculiar paisagem de Quelimane.

Na cidade fomos visitar o Gani ao seu restaurante sobre o rio, que nos ofereceu o almoço com a sua habitual cortesia e boa disposição.

A Irmã Lídia pediu-nos para estar na Casa Esperança às 15h30m, pelo que, no fim do almoço nos pusemos a caminho e… quando chegámos: Surpresa! Surpresa! Os nossos amiguinhos, vestidos com as suas melhores roupas, receberam-nos em festa. Escreveram palavras de boas vindas nos diferentes quadros da sala, cantaram, dançaram e fizeram uma peça de teatro para nós. Ofereceram-nos também uma bonita capulana a cada uma que nos foi colocada a preceito pela tia Teodora.

Tivemos a oportunidade de nos aproximarmos das crianças, conversamos com elas, lanchamos todos juntos e no final do dia até demos um pé de dança com os meninos. Foi muito divertido. E que energia e ritmo eles têm! E que carinhosos que são: foi enternecedor sentir umas mãozinhas pequeninas no meio das nossas mãos!… Foram momentos únicos.

Já vivemos outros momentos que nos marcaram, mas que não iremos contar agora. Se quiserem saber mais, leiam as nossas próximas notícias…

Isménia e Letícia “The sisters”

7 Responses to Finalmente em Moçambique
  1. Olha os cocos da Madal!! Pega que é ladrão!!! ahhahahahahahahha

    Beijinhos à menina e às tias!!

    dina

  2. Drª Isménia:
    Fiquei muito feliz por saber que está a correr tudo tão bem.
    Espero que assim se mantenha. Pelas fotos parece que estão óptimas.
    Desejo que a "missão" continue a correr conforme o desejado.

    beijinhos

    Ana Vilaça

  3. Diet. Isménia,
    Perante o que li fiquei sem palavras, está muito lindo, dá vontade de ir ter convosco! Apenas lhe consigo dizer que fiquei muito contente porque vi que está bem e feliz! Fiquei ainda mais quando a vi na companhia a sua irmã, a Letícia.
    Continuem a dar notícias e a mostrar imagens fabulosas como estas, para nós, por cá, podermos acompanhar a vossa “missão”.

    Beijos maramosi

  4. Li os vossos comentários e fiquei satisfeita por saber que se estão a sentir tão bem e a divertirem-se.

    Beijinhos
    Elisabete

  5. Gosto de saber que chegaram bem e que estão já perfeitamente adaptadas. Mas, o que me impressionou mais no vosso relato foi o estilo agradável e atractivo do texto, exibindo um discurso solto e corrente, de fazer inveja aos melhores cultores da literatura de viagens. Parabéns à Letícia e à Isménia, sempre um poço de surpresas positivas.
    Beijinhos do Nené

  6. Meninas!
    Nem sei como começar.Este meu comentário é para todas.Digo vos com toda a sinceridade que estou mesmo emocionada com tudo o que li e que morro de inveja vossa!Mas tenho muito muito orgulho em todas vocês.Sabem que ai está a minha casa.Aquela onde posso ser mais eu…e tenho muitas saudes de tudo o que descrevem.Aproveitem e deixem que todos a vossa volta vos aproveitem também.Absorvam esses sorrisos, essas cantorias, essa alegria de viver que tanta falta me faz aqui..e continuem o bom trabalho ai.Aqui do outro lado, apesar da distância trabalhamos por isso.Estamos todos juntos mesmo.
    Perdoem me mas tenho de deixar um recado especial à minha Paula, à minha companheira de conversa de almofada de quem morro de saudades e porque conheceu-me ai, como só ai eu sou.Estou contigo querida embora por vezes o nosso quotidiano daqui não nos permita viajar mais longe.Mas sabes que tens a tarefa de cuidar da "minha casa" e sei que tás a fazê-lo tão ou melhor que eu.Manda beijos e abraços a todas essas pessoas maravilhosas porque nelas penso todos os dias..e os meninos..esses bem..ainda te~rão de me aturar mais vezes…eheh
    Um grande beijo para todas.Obrigada
    Estamos Juntos

  7. Tita
    Estou deveras emocionada com o que li, toda a admiração que sinto por ti duplicou…

    Foca Junior


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