Todos os sentimentos de que falavam existem e crescem a cada dia que passa. Estas crianças de desconfiadas passaram a nossas, e boas noites “ Tia Pata”, já fazem parte do meu ritual nocturno.
Ficar indiferente a este Amor é impossível. Aqui aprendemos a Amar.
Não se trata de um Amor de Verão em que somos levados pelas emoções do momento, aqui falamos de Vida da sua conquista que para sempre fica nos nossos corações e não apenas por uma estação!
Difícil dizem, viver com esta mistura de sentimentos dar, mas dar com “cuidado”! Como posso amar pela metade?
Não posso. Como também não posso olhar para estas crianças pela metade. Olho nos olhos e coração com coração e tudo se transforma, aqui nada se perde, aqui não existem adeus e vamos ajudar incondicionalmente!
Nós somos grandes sabemos gerir sentimentos….este pequenos menino gerem a vida e precisam de nós!

Tem sido uma experiência única que me leva à simplicidade da Vida.
No primeiro dia olhava para os meninos e pensava como os vou distinguir? Eles são todos iguais…mas hoje eles são tão diferentes e cada um tem o seu toque especial.
Que privilégio viver isto de perto!
Os dias em Quelimane passam-se rápido, entre o centro e o orfanato, são assim os nossos dias e posso garantir que não existem 5 minutos iguais.
As 4 atacantes têm sido um bom exemplo de como 4 meninas tão diferentes se unem por uma causa tão nobre.
A nossa convivência é um desafio constante mas o resultado é 100% positivo.
Cada uma de nós tem a sua especialidade. A “ nossa” Rita ATACA com tachos e panelas, a Isabel ATACA com o seu espírito Zen, A Marta? A Marta? A Marta Veio???? A Marta ATACA com a sua pureza. Eu? Ataco de forma maternal!
E somos assim 4 ATACANTES de Vida, de Projecto e agora de Amizade.

Aqui descobri o palco da Vida!

A cidade destes “ meus” pequenos actores.
Aqui não há ensaios, não há cenários, não há anti estreias aqui apenas se vive, se sente e se faz Vida.

Neste Palco onde as crianças dançam com as notas que têm com as notas que criam, onde as crianças comem apenas o que a natureza lhes dá, onde as crianças vivem com olhar que a Vida lhes atribui, e crescem com o que a vida lhes ensina.
Neste palco, os nossos meninos são os actores da Felicidade e no final da actuação não pedem palmas, nem flores!
A este Palco vale a pena bater palmas de pé e com a certeza que no “ teatro” a seguir o texto será diferente mas o Amor será o mesmo.

Obrigada a todos por me terem ajudado a comprar este bilhete de Vida!

Deixo a Esperança que de que alguma forma este cenário mude…
Os nossos actores já têm os Globos de Ouro e o enredo criado!

2 Responses to Palco da Vida
  1. Que experiência única imagino… Que nunca vos falte essa energia.
    Por aqui, cá aguardamos as notícias fresquinhas:)

    Beijinhos a todas!!!

    Ângela (Voluntária na ATACA Portugal)

  2. AS DOCES MÃOS DA INFÂNCIA
    As doces mãos da infância
    subitamente afloram
    o tecido enrugado
    do dia a desmaiar.
    Trazem consigo a tremura
    das bolas de sabão
    a crescer, a crescer, a voar.
    E o nosso corpo freme a assomar
    à janela do tempo que foi
    mais que perfeito,
    assim dizemos.
    Não nos pertencem
    as doces mãos da infância.
    Cavalgam nuvens coloridas,
    nadam em águas claras,
    colhem flores e risadas
    e canções de embalar.
    Por vezes voltam,
    num relâmpago,
    a iluminar o nosso quarto escuro.
    Por vezes não são mais
    do que a ternura
    que presssentimos
    no dia a desmaiar.

    de Licínia Quitério

    Quando a inspiração me falta, recorro aos poetas. Desfrutem! Beijos solidários.
    Fernando Leite


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