Tu nunca a viste sem a capulana,
Porque a capulana é parte dela.
A capulana da minha mãe é minha também
Quando eu era pequenina foi o meu berço de menina
Nas costas da minha mãe.
É dom de toda a família, é transporte de mobília;
Chibante e manta de pobre, enfeite em casa de rico.
A capulana da minha mãe
Serve de faixa e de saia, serve de graça a qualquer.
Aceita ser emprestada a qualquer outra mulher.
Pode servir de tapete, ser pisada e ser joguete
Sem se queixar a ninguém.
É querida se estás doente, nas festas é um presente.
Faz de toalha de mesa, faz de toalha de rosto,
Faz de toalha de altar…
Na morte é nossa mortalha
A capulana da minha mãe.
Tudo cabe dentro dela, tudo nela se agasalha
Qual coração generoso que jamais se recusou.
Quem a levou algum dia? Quem dela se recordou?
A capulana da minha mãe é como o seu coração:
Nasceu para dizer sim! Da vida fez oração!
A capulana da minha mãe
É para mim uma lição.
Autor desconhecido
Parabéns!
Durana Pinto
Adoramos o poema! É pena ser de autor desconhecido 🙁 pois é de alguém muito sensível e que compreende muito bem o importante e sofrido papel que as MULHERES desempenham em Moçambique… Um bem haja para elas! E para o autor! E para quem descobriu este poema!
Através dele, nós que tivemos o privilégio de estar em Moçambique, conseguimos sentir o significado de cada verso… como se estivessemos a vivenciar cada situação!!!
Um abraço daqueles mesmo, mesmo bons para os dois das
Sisters