Depois de uma longa aventura em diversos aeroportos, Moçambique no dia 12 de Agosto de 2011 recebeu de braços abertos duas jovens sonhadoras – Mónica e Isabel!
É com bastante alegria que recordamos o processo pelo qual passámos para estar aqui hoje. Desde o envio da carta de motivação até ao mágico telefonema quando soubemos que tínhamos sido seleccionadas. Foram dois meses vividos com curiosidade pelo trabalho feito em Portugal e em Moçambique. Tivemos oportunidade de conhecer e trabalhar com as várias equipas que lutam pela possibilidade de ajudar crianças que se encontram a quilómetros de distância. Todo este processo fez com que os nossos “sonhos” e a vontade de trabalhar fossem reforçados!
Por isso, na mala trouxemos vontade de trabalhar, alegria, força, motivação e muita magia para distribuir por todas as pessoas que temos o privilégio de partilhar nesta caminhada!
Quelimane! Depois de uma grande aventura, finalmente conseguimos chegar à cidade tão desejada. Quando chegámos já era noite cerrada. A Ana (uma voluntária que já estava no terreno) foi-nos buscar ao aeroporto e ainda tivemos oportunidade de dizer um breve olá e adeus à Manuela, nossa querida presidente, que regressou para Portugal. Seguimos para casa no táxi do Xano (um taxista conhecido da ATACA). O caminho é escuro e cheio de buracos. O ritual de entrar em casa é estranho para quem não está habituado a tantos cadeados e grades mas passado alguns dias torna-se em mais uma rotina diária.
Estar em África, em específico Moçambique, é como se nascêssemos de novo! Tudo é novo e diferente! Tudo é tão especial! Aqui o dia-a-dia é feito de pequenas (enormes!!) partilhas que tornam este local e estas pessoas tão especiais!
No início da semana começámos a fazer as visitas às casas das crianças. A ida aos bairros é feita de bicicleta. Como somos 5 e só temos 3 bicicletas, normalmente a Mónica e o Melo vão sentados na parte de trás, numas almofadas que existem para quem vai à pendura. As viagens são alucinantes! Os buracos que encontramos pelo caminho, os “aiiii”, “uiiis” e as gargalhadas fazem com que a viagem seja idêntica a uma volta de montanha russa 😉 Quando passamos pelas crianças, as mesmas gritam com entusiasmo “brancas”, “mulatas” ou até mesmo “chinesas”. Gritam por nós como se fossemos especiais, uma vez que nos bairros somos realmente uma “coisa” muito rara. Com a equipa reforçada, podemo-nos dividir e fazer as visitas em menos tempo. Com estas visitas conseguimos conversar com a mamã e perceber onde gastou o dinheiro dado pela Ataca. Quando paramos numa casa existe um ritual muito peculiar. A mamã pode ainda não nos conhecer, uma vez que somos novas voluntárias, mas já sabe o que vamos ali fazer. Mal nos vê, vai buscar cadeiras para nos sentarmos para que possamos falar. É com muito carinho que falam dos voluntários que por aqui já passaram e desta associação que trabalha diariamente para que tenham uma vida melhor. Constatamos que a maioria delas conseguiu através dos nossos tutores, melhorar a qualidade de vida das crianças do nosso projecto. Esse sentimento dá-nos ainda mais força para estar aqui e continuar com este trabalho.
Com o tempo quase todo ocupado, não conseguimos passar muito tempo na Casa Esperança. Apercebemo-nos que o facto dos voluntários já não viverem lá tem as suas vantagens e as suas desvantagens. Ainda no outro dia, o João (um dos miúdos mais velhos da casa) nos dizia que tem saudades de ver a tia Rita de manhã a beber o seu café. Mas acreditamos que com o tempo e com a nossa dedicação, as crianças desta casa sentirão cada vez menos a nossa falta.
ESTAMOS JUNTOS!
Por cá continuaremos com um enorme sorriso! Continuem a acompanhar esta viagem!
Um beijinho grande e um abraço para todos,
Ana, Isabel e Mónica
Olá Mónica e Isabel, começo por lhes desejar uma missão repleta de sucessos, que a confirmar-se será a garantia de uma melhoria de vida para as centenas de crianças e jovens apoiados pelos Projectos da ataca. Quanto à magia(?) que pensam andar a espalhar em Moçambique, moderem-na e transformem-na em dedicação à causa que as levou até lá.
Durana Pinto