Com o novo ano chegou a época das chuvas. Quando a chuva chega, ninguém fica imune há imensidão de água que aparece e reaparece na cidade e nos bairros. Apesar deste cenário, continua-se com o trabalho mesmo que, por vezes, seja quase impossível andar pelas ruas ou pelas estradas de terra que ficam alagadas.









Assim, começamos a seleccionar novas crianças em Quelimane e em Inhassunge para serem apoiadas através do Projecto Tutor à Distância. Em primeiro lugar, é necessário falar com os secretários de bairro e/ou chefes de bairro, pois são eles que conhecem melhor a realidade local, nomeadamente, as casas mais carenciadas da sua zona. Este é um processo longo e delicado, uma vez que temos que perceber bem a dinâmica de cada casa para apoiarmos aqueles que realmente mais precisam. A verdade é que quase todas as famílias necessitam de ajuda mas precisamos focar a nossa atenção para aquelas que correm sérios riscos de sobrevivência.

Em Quelimane, o dia começa às 6.30h da manhã para fugir, dentro do possível ao calor que se faz sentir nesta altura. Normalmente, visitamos várias casas durante toda a manhã. Para além da dificuldade de esmiufrar toda a verdade dentro de cada uma delas, deparamo-nos também com o problema das distâncias entre as casas e da chuva. Este tipo de trabalho leva-nos muitas vezes a andar de bicicleta e a pé mais de 4 horas só na parte da manhã. A maioria das famílias daqui é composta pela mãe e por várias crianças, usualmente, filhas da mesma mãe mas de diferentes pais.

Em Inhassunge, o dia começa mais cedo, uma vez que temos que apanhar o batelão às 6h da manhã para atravessar o rio dos Bons Sinais. Do outro lado do rio, aguardamos pelo carro da nossa parceira Concern que nos leva numa viagem de 45 minutos até a Inhassunge. Depois disso, estamos por “nossa conta”, uma vez que o carro não consegue chegar às casas que pretendemos apoiar mas andamos sempre acompanhados por alguém da Concern ou da ANAI (outra parceira da ataca). Do outro lado do rio, encaramos o problema das chuvas mas também outras dificuldades. Como por exemplo, o facto de não termos bicicleta que acaba por atrasar as visitas, visto termos que fazer todos os trajectos a pé. Ao contrário de Quelimane, aqui encontramos famílias menos numerosas. Vemos muitas famílias constituídas apenas por uma avó e o seu neto, como também observamos muitos adultos com cegueira.














São duas realidades muito diferentes que carecem de apoios e, pelas quais, diariamente batalhamos para fazer o nosso melhor. Mas como se costuma dizer: “Quem corre por gosto não cansa!”

Mónica Correia

One Response to “Quem corre por gosto não cansa!”
  1. paula correia leitao 15 Fevereiro, 2012 at 8:16 Responder

    costuma-se dizer que quem corre por gosto não cansa! embroa por vezes seja difícil contornar obstáculos. força!


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