Canchungo

CANCHUNGO

Porquê trabalhar na Guiné-Bissau?

A Guiné-Bissau é um país onde nos sentimos bem recebidos pela simpatia e hospitalidade da sua população e que surpreende pela beleza das suas paisagens e recursos naturais. Verdadeiro “mosaico étnico”, a Guiné-Bissau é marcada por uma estrutura social fortemente heterogénea, que está relacionada com a existência de uma multiplicidade de etnias e, com estas, uma variedade de línguas, culturas, hábitos e tradições que partilham uma área territorial comum.

Apesar desta riqueza cultural que não deixa ninguém indiferente, a Guiné-Bissau é também um dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que apresenta indicadores de desenvolvimento mais baixos. Dentro deste grupo de países, abaixo da Guiné-Bissau apenas está Moçambique, onde a ATACA também está presente, desenvolvendo projetos em parceria com entidades locais há mais de 10 anos. Estes são dados do  Índice de Desenvolvimento Humano (dados de 2019), ocupando os lugares 181º (Moçambique) e 175º (Guiné-Bissau) num total de 189 países do mundo. 

Nesta mesma tabela, Portugal ocupa a posição 38º, Cabo Verde está no lugar 126º, São Tomé e Príncipe no 135º e Angola no 148º.

A saúde e a educação são dois dos pilares mais importantes do desenvolvimento de um país e a Guiné-Bissau enfrenta muitas dificuldades nestas duas áreas. Na área da educação, principal vertente de atuação da ATACA, são vários os entraves ao bom funcionamento do sistema educativo guineense:

– fraquezas institucionais (descontinuidade de políticas educativas, a dispersão dos serviços, baixo orçamento para a educação, entre outras);

– assimetrias de género e regiões (fosso entre a percentagem de alunos do sexo masculino e do feminino a frequentar a escola e maior taxa de analfabetismo nas regiões do interior/rurais);

– escassez de recursos materiais e humanos (falta de infraestruturas capazes de assegurar as necessidades da população e de materiais didácticos para os alunos/professores, entre outras);

– baixo domínio da língua oficial do país, que é o português: são faladas mais de 25 línguas étnicas e o crioulo, língua franca no país e comum a toda a população, é falado por 75 a 80% da população, enquanto o português é dominado apenas por cerca de 5 a 13%.

Assim, a ATACA propõe-se apoiar o acesso de crianças em situação vulnerável a uma educação de qualidade na Guiné-Bissau, através do Projeto Tutor à Distância (PTàD). O Jardim de Infância Criança Esperança é uma das entidades onde a ATACA apoia crianças no terreno.  

 

Jardim de Infância Criança Esperança – Canchungo

 O Jardim da Infância Criança Esperança foi fundado no ano de 2002 e é propriedade da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, estando sob sua direta orientação. Esta escolinha foi criada com a finalidade de responder a uma necessidade de oferta de educação pré-escolar para as crianças da comunidade de Canchungo, Guiné-Bissau.

A escolinha conta com cerca de 190 crianças inscritas, divididas em turmas de 3, 4 e 5 anos, decorrendo a atividade escolar durante a manhã. Os educadores recebem formação ao longo do ano, elaborando em conjunto planos de sessão para implementar em cada dia com as crianças. A qualidade desta resposta educativa é bastante elevada, em especial quando comparada com as que existem no mesmo contexto, sendo claro o desenvolvimento das crianças que a frequentam.

Através do apoio dos tutores, a ATACA garante que crianças com dificuldades sócioeconómicas podem frequentar o ensino pré-escolar nesta instituição, dando prioridade a crianças órfãs ou provenientes de agregados familiares muito numerosos. 

Estudos realizados indicam que 61% das crianças na África Subsariana não atinge o seu potencial de desenvolvimento devido à pobreza. Complicações ao nível da saúde, carências nutricionais, práticas culturais que limitam a comunicação entre pais e filhos e ambientes com poucos livros, brinquedos e outras oportunidades de aprendizagem podem contribuir para um desenvolvimento físico e cognitivo menos adequado

(Grantham-McGregor et al, 2007).

Como resultado, as crianças chegam à escola primária mal preparadas para uma nova aprendizagem e meio ambiente. Assim, a aposta em programas de desenvolvimento na primeira infância afigura-se uma forma promissora de prevenir essas condicionantes e promover o desenvolvimento precoce.

 

Escola Professor Antero Sampaio – Canchungo

A Escola Professor Antero Sampaio está localizada no centro da cidade de Canchungo e conta com mais de 1000 alunos do 1º ao 10º ano. É propriedade da Fraternidade Franciscana de Canchungo e foi fundada por padres franciscanos portugueses.

O espaço da escola é aproveitado para aulas de manhã, de tarde e de noite (neste período só para cursos para adultos – por exemplo, educação de infância) e está a ser ampliado com a construção de novas salas de aula, devido à procura por parte da comunidade, que considera esta escola uma referência em termos de ensino.

As crianças têm direito a uma refeição através do apoio do PAM (Programa Alimentar Mundial).

Na Escola Professor Antero Sampaio, a ATACA apoia as crianças mais novas, da primária e ensino básico, que sejam órfãs ou provenientes de famílias com dificuldades socioeconómicas, de forma a garantir que estas não abandonam a escola precocemente e que têm acesso a uma educação de qualidade.